Quando a Raiva Se Torna uma Oração Silenciosa.
Por muito tempo eu pensei que raiva e espiritualidade fossem opostos.
Que quem realmente conhecia a Deus já não sentia esse calor no peito, essa vontade de se calar para não ferir ou, pior, explodir e depois se arrepender. Mas, ao ler “Eu, meu pavio curto e Deus”, de Lisa Bevere, percebi que há algo mais santo e mais profundo por trás da raiva do que eu imaginava.
Lisa diz que a raiva é um sinal de que há algo em nós que Deus deseja restaurar. É o alarme espiritual que soa quando estamos ignorando uma dor, uma injustiça ou um limite ultrapassado. Não é o sentimento que nos afasta de Deus — é o silêncio diante dele que nos adoece.
🌿 Quando o Espírito Santo toca no ponto que mais dói.
Quantas vezes engolimos palavras por medo de parecer “difíceis”, “instáveis” ou “espiritualmente imaturas”? A mulher cristã foi, muitas vezes, treinada para ser agradável — mesmo quando algo dentro dela grita por justiça, por mudança, por cura. Mas o Espírito Santo não trabalha em corações que fingem. Ele trabalha em corações expostos, ainda que tremendo.
Foi libertador perceber que eu podia dizer a Deus:
“Senhor, eu estou com raiva. Eu não quero pecar, mas eu preciso que o Senhor olhe para isso comigo.”
E Deus não recuou. Ele ficou. E me mostrou que por trás da irritação havia tristeza não expressa, cansaço acumulado, e expectativas não sustentadas por graça.
A raiva que protege o que é santo.
Lisa Bevere escreve algo que ficou ecoando em mim:
“A mesma paixão que faz você perder o controle pode, quando entregue a Deus, fazer você proteger o que é sagrado.”
Isso muda tudo. A raiva redimida não destrói — ela defende o que Deus valoriza. Ela não é o fogo do inferno; é o fogo da santificação. E se deixarmos o Espírito Santo acender esse fogo no altar certo, ele queimará o orgulho, o ego e o medo, até restar apenas pureza. Talvez Deus não queira que você “pare de sentir”, mas que aprenda a sentir com Ele. A raiva pode se tornar um ponto de encontro entre o seu coração e o coração d’Ele — o lugar onde você deixa de fingir ser forte e finalmente é curada.
Um convite à honestidade.
Hoje, se algo tem provocado sua alma, não se culpe por sentir. Pergunte-se:
- O que essa raiva está tentando me mostrar?
- Há algo que eu preciso entregar a Deus antes que exploda sobre alguém?
- Estou permitindo que o Espírito Santo transforme essa chama em luz?
A verdade é que a mulher curada não é a que nunca se irrita — é a que aprendeu a conversar com Deus antes de reagir ao mundo.
E você, querida leitora?
Quando foi a última vez que sua raiva te levou a conversar sinceramente com Deus? Deixe nos comentários: qual tem sido o maior desafio para entregar suas emoções ao controle do Espírito Santo?
Beijos e até a próxima.

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