Certa vez, ao percorrer meu Pinterest, deparei-me com uma frase que imediatamente chamou minha atenção: ‘Você merece estar em lugares que ressaltem a sua ternura, não o seu instinto de sobrevivência.’ Essa simples declaração carrega em si uma profunda reflexão, pois nos leva a considerar a diferença entre viver apenas em defesa constante e viver em plenitude, deixando transparecer aquilo que há de mais doce e genuíno em nós.
Muitos cristãos vivem em um constante estado de sobrevivência espiritual. Esse modo se caracteriza pela luta incessante para resistir às tentações, pela vigilância contínua contra o pecado e pelo medo de cair. Embora seja necessário vigiar e lutar contra as obras da carne, a vida cristã não se resume apenas a resistir. Jesus não nos chamou para apenas sobreviver, mas para viver em abundância.
O que pode estar acontecendo:
- Ambiente espiritual desfavorável — lugares ou pessoas que exigem que se proteja o tempo todo.
- Fardos emocionais não entregues — preocupações, inseguranças, carências que pesam no coração.
- Fé centrada na luta, não na vitória — olhar mais para as batalhas do que para Cristo que já venceu.
O caminho para sair do modo de sobrevivência é:
- Descansar no amor do Pai — lembrar que é filha, não escrava (Romanos 8:15).
- Orar pedindo ambientes de vida e ternura — pessoas, igrejas, relacionamentos que despertem seu lado doce em Cristo.
- Trocar o medo pela confiança — cada vez que sentir que está lutando sozinha, declarar a vitória já conquistada em Jesus (João 16:33).
O instinto de sobrevivência espiritual é útil em tempos de provação, mas não pode se tornar o estado permanente do coração. Quando o crente vive apenas defendendo-se, ele perde a leveza da comunhão com Deus e não consegue desfrutar da ternura que o Espírito Santo deseja manifestar nele. A vida abundante que Cristo oferece vai além da resistência: ela revela paz, mansidão, amor e confiança no Pai.
A ternura espiritual é o resultado de uma fé amadurecida. Em vez de viver em constante alerta, o cristão floresce em ambientes que ressaltam sua identidade de filho amado de Deus. Assim como Estevão, que mesmo diante da morte expressou perdão e amor, somos chamados a refletir Cristo em nossas atitudes, não por medo, mas por confiança.
Quando a fé amadurece, a pessoa não vive só reagindo, mas florescendo.Em vez de se defender o tempo todo, ela expressa amor, mansidão, paz.
Esse é o nível em que o Espírito Santo transforma o coração e não há apenas luta contra o pecado, mas prazer em viver em santidade.
Mateus 11:28-29 — “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.”
Mateus 11:28-29 — “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.”
Portanto, o convite de Deus é para sair do estado de sobrevivência e entrar no descanso da filiação. “Não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8:15). Viver como filho é permitir que a ternura do Espírito substitua o peso do medo, e que a abundância da graça de Cristo se manifeste em cada detalhe da vida.